Perguntou-me um amigo bastante afeito ao debate da autogestão sobre os "porquês" de um "blog de autogestão". Me inquiria sobre as razões e sentidos de "mais um" espaço para o debate da autogestão.
Reconheço... Provocadora questão!
Pois bem... Está certo o meu interlocutor! Afinal são dezenas de listas, comunidades e sites voltados para este tema e mais um sem-número de outros direta ou indiretamente aí relacionados.
E qual a nossa diferença?
Bom... Em que pesem estes muitos espaços, percebi que faltam aberturas conceituais, dialogos e mesmo o reforço e a potencialização com importantes interfaces com temas que diretamente se relacionam com a autogestão. Onde está a cultura? E a arte? E a comunicação? E a educação? E os movimentos sociais? E onde estão as experiências não-autogestionárias? Prevalece uma certa, digamos, "ortodoxia da autogestão", onde as discussões a esse respeito assentam-se, exacerbadamente, em narrativas históricas de pouca ou nenhuma contextualização, com pouca relação com o momento presente e com os seus muitos e diversos desafios.
Desta forma e assumindo a autogestão como processo social e relacionado não só com atividades econômicas, propriamente ditas, mas com todas as outras dimensões da vida humana é que proponho este dialogo.
Proponho aquilo que ainda não foi dito, que ainda não foi expressado. Proponho o que esteve silenciado, que não foi escrito e que permanece vivo, candente e absolutamente presente no cotidiano de milhões de trabalhadores espalhados e espraiados por este país. Proponho neste blog, o novo da autogestão... A sua contextualização e presença cultural e comunicacional no dia-a-dia da gente brasileira.
É exatamente por não crer em determinismos econômicos ou em quaisquer outros determinismos, é que este blog existe.
Contudo, reconheço... O debate está sempre em aberto!
Forte abraço!
Ângelo Cavalcante
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