Decerto que ainda temos muitos problemas para resolver,
principalmente uma gigantesca dívida social a ser "paga",
mas esses indivíduos que agora se dizem "cansados" e
"indignados" não são exatamente as pessoas
mais apropriadas para reclamar – afinal,
elas nunca estiveram do lado das
lutas dos trabalhadores e são, quando não responsáveis,
cúmplices históricos desse estado de coisas que aí está.
Cá para nós: é muita cara-de-pau, isso sim!
Portanto, não se pode perder o foco ou o "esquadro" da questão.
Quem se diz "cansado" e "indignado" é aquela
pequena burguesia e/ou a classe média arrivista e rastaqüera
de sempre.
Aquela gente, felizmente uma minoria desprezível
(desprezível em todos os sentidos), que há séculos
vem pilhando esse país – na verdade,
os herdeiros da mentalidade perniciosa da monarquia e do
escravismo.
Gente desprovida do espírito republicano. O
s mesmos que desde sempre molham a mão
de servidores públicos para obter vantagens nos seus
pequenos negócios, sonegam impostos,
tomam dinheiro emprestado nos bancos
oficiais e não pagam nunca, "socializando"
assim os prejuízos causados por seus
negócios ruinosos e porcamente planejados – e agora têm a
desfaçatez de reclamar da carga tributária e da corrupção!
São indivíduos que recebem mensalmente
rendimentos milionários, na casa
das centenas de milhares de reais,
e estão se lixando para o salário
mínimo e miserável dos trabalhadores.
São da "turma da bufunfa" – como
diz meu colega Paulo Nogueira Batista Jr.
É gente, verdade seja dita, da pior espécie.
A despeito dessa gente desprezível, seguimos impolutos,
sem direito a frivolidade e ao "cansaço",
mas com a legítima e necessária indignação,
nessa luta diária pela transformação desse país tão
desigual numa grande nação, muito mais justa e igualitária.
Muito mais justa e igualitária."
Lula Miranda é economista, cronista e secretário de Formação e
Cidadania do Seel (Sindicato dos Trabalhadores em Editoras
de Livros de São Paulo)
Este é um almanaque autogestionário. É um espaço de informações, análises e divulgação da AUTOGESTÃO. Se pretende, de forma objetiva, interagir em torno do cotidiano, de modo a identificar práticas, ambientes e símbolos que potencializam e fazem forte a AUTOGESTÃO. Sejam benvindos e benvindas!
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
O CANSEI das elites brasileiras
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