Este é um almanaque autogestionário. É um espaço de informações, análises e divulgação da AUTOGESTÃO. Se pretende, de forma objetiva, interagir em torno do cotidiano, de modo a identificar práticas, ambientes e símbolos que potencializam e fazem forte a AUTOGESTÃO. Sejam benvindos e benvindas!
domingo, 23 de dezembro de 2007
domingo, 9 de dezembro de 2007
Dom Cappio
Faz algum tempo, mas não muito. Lembro-me bem! Eu estava lá na UNICAMP.
E por mais estranho que pudesse parecer, naquela minha universidade laica e pouco sensível a lutas populares, D. Pedro Casaldáliga, o prelado de São Felix do Araguai (estive lá com ele mais de uma vez) ia receber solenemente o título de "Doutor Honoris Causa".
Depois dos gestos e dos discursos solenes, ele fez a fala dele. Como sempre, aquele homem magro e profundo, com acentos sertanejos e catalães, disse palavras de uma enorme simplicidade. Destoava em tudo dos padrões acadêmicos.
E, ao final, para supresa de quase todas e todas, proclamou em alto e bom som, que quem recebia o título não era ele. Era um rio. E dedicou o título e o diploma ao "Rio Araguaia". Seu rio amado.
Não sei se algum outro rio no planeta Terra é "Doutor Honoris Causa".
Depois nos demos as mãos (para horror de algumas autoridades acadêmicas) e numa grande ciranda dentro do salão nobre da UNICAMP, cantamos juntos o "caminhando e cantando e segundo a canção".
E seguimos!
Hoje, na beira de um outro rio, um outro bispo jejua e padece três fomes ao mesmo tempo. A de seu corpo já de antes enfraquecido. A fome da imensa incompreensão de poderes públicos. Os mesmos (em ue eu votei e vocês também, imagino) que em tempos de campanha prometeram inúmeras vezes que - finalmente - chegou o tempo em que... "o povo deste país seria ouvido".
E, talvez a pior das três fomes: a de nosso silêncio. A de nossa ausência.
Nós que volta e meia - e com muita justiça - nos irmanamos e nos unimos diante de uma notícia grave, ou de um momento de itensa mobilização, estamos vivendo e estamos presentes no gesto de Frei Luis Cáppio, de que maneiras? Com que gestos?
.Não devemos esquecer que apenas os pequenos gestos, quando multiplicados, movem o mundo. Os muito grandes, apenas o destroem.
O homem em nome de quem Frei Luis fez-se frade, disse algums poucas palavras durante apenas três anos, e depois deixou-se pendurar de uma cruz. O Império Romano ruiu. O que foi criado depois em nome daquele ex-carpinteiro alucinado, gerou gestos e gerou pessoas como D. Pedro, Irmã Dorotty e Frei Luis. Gandhi estremecia o Império Britânico apenas jejuando. Tamto que anos mais tarde, após um lauto almoço, o rei da Inglaterra descobriu que era a hora de a Índia ser livre. E foi. E o "Império" começou a ruir.
O gesto de Frei Luis poderá ser um fracasso dele e de todas e todos nós. E, então, será uma vitória dos tecnocratas do Governo, que certamente deixarão pelo meio dos sertões do Norte, abandonada, uma obra impiedosa e irresponsável, cuja verba poderia abrir cisternas, semear terras verdes, salvar vidas e criar escolas.
Mas o mesmo gesto voluntário poderá ser não necessariamente "uma vitória", mas um símbolo multiplicado. Uma fome que é também um canto sonoro (em seu silêncio) e fecundo.
Pois desde as beiras do Rio São Francisco ele deitaria raizes para sempre. E, boicotado pela midia e silenciado pelo poder, seria o gesto de um grito tornado um poema e uma canção de desafio e de coragem, entoado a muitíssimas vozes. E ele seria inesquecido.
O desejo de poder e fama de alguns homens um dia se apagaria, e, não duvidem, vai se apagar! Mas a fome voluntária de um homem, não!
Vivida em nós, entretecida entre nós, assumida de mil maneiras por nós e multiplicada em e entre os nosso outros pequeninos e infinitos gestos de solidariedade e coragem esta fome voluntária poderia ser o gesto de jejum que desmonta um projeto desvairado.
Estejamos juntos e ao lado deste homem sozinho sob o sol do Norte!
Afinal, há alguns um outro homem de fé fez de um rio um "doutor". Porque não fazermos de um um outro rio: uma prece, uma canção, um caminhar. E uma história para não ser esquecida?
Carlos Rodrigues Brandão
domingo, 25 de novembro de 2007
Neuropolis - Orquestra dos Músicos das Ruas de São Paulo
Amigos e amigas... Fantástico mesmo é o excelente trabalho desenvolvido pelo músico Lívio Tragtenberg. Com muita criatividade e inteligência, conseguiu arregimentar um sem-número de músicos anônimos das ruas de São Paulo e criar a Orquestra dos Músicos das Ruas de São Paulo. Uma linda e original mistura de ritmos, sons e cadências musicais e que mostra, enfim, o que é o Brasil musical.
Espero que gostem!
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
terça-feira, 16 de outubro de 2007
sábado, 13 de outubro de 2007
Universo em teu corpo - Taiguara
Um deleite, um acalanto, uma pluma a acarinhar a alma.
Taiguara... Tão vivo e tão belo, Taiguara.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Por Che Guevara
Che
Hegel dizia que existem personagens cuja biografia não ultrapassa o plano da vida privada, enquanto outros são os personagens cósmicos, estes cujas biografias coincidem com o olho do furacão da história.
O Che é um destes personagens cósmicos. Basta dizer que, independente de qualquer campanha publicitária, sua imagem transformou-se na mais vista do século XX e assim continua neste novo século. Nenhum esportista, artista ou músico, mesmo com bilionárias promoções pelo mundo globalizado afora, se mantém num lugar parecido. O Che veio para ficar.
Novas gerações, nascidas depois da morte do Che, continuam identificando-se com sua imagem, com seu sentimento de rebeldia, com sua coragem, com sua luta implacável contra toda injustiça.
Não vou gastar palavras inúteis para falar do Che. Basta reproduzir algumas das suas frases, que selecionei para o livro “Sem perder a ternura”.
“A única coisa em que acredito é que precisamos ter capacidade de destruir as opiniões contrárias, baseados em argumentos ou, senão, deixar que as opiniões se expressem. Opinião que precisamos destruir na porrada é opinião que leva vantagem sobre nós. Não é possível destruir as opiniões na porrada e é isso precisamente que mata todo o desenvolvimento da inteligência...”
“Nós, que, pelo império das circunstâncias, dirigimos a revolução, não somos donos da verdade, menos ainda de toda a sapiência do mundo. Temos que aprender todos os dias. O dia que deixarmos de aprender, que acreditarmos saber tudo, ou que tivermos perdido nossa capacidade de contato ou de intercâmbio com o povo e com a juventude, será o dia em que teremos deixado de ser revolucionários e, então, o melhor que vocês poderiam fazer seria jogar-nos fora...”
“Deixa-me dizer, com o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é feito de grandes sentimentos de amor.”
“Nosso sacrifício é consciente. É a cota que temos de pagar pela liberdade que construímos.”
“Muitos dirão que sou aventureiro, e sou mesmo, só que de um tipo diferente, destes que entregam a própria pele para demonstrar suas verdades.”
“Sobretudo, sejam capazes de sentir, no mais profundo de vocês, qualquer injustiça contra qualquer ser humano, em qualquer parte do mundo.” (Carta de despedida aos filhos)
“É preciso endurecer, sem perder a ternura, jamais.”
“Que importam os perigos ou os sacrifícios de um homem ou de um povo, quando está em jogo o destino da humanidade.”
“É um dos momentos em que é preciso tomar grandes decisões: este tipo de luta nos dá a oportunidade de nos convertermos em revolucionários, o escalão mais alto da espécie humana, mas também nos permite graduar como homens.”
“Nós, socialistas, somos mais livres porque somos mais completos; somos mais completos porque somos mais livres.”
Dez mil celebram 40 anos da morte de Che na Bolívia

VALLEGRANDE, Bolívia – Os moradores do local ainda se recordam da chegada do helicóptero com o corpo dos últimos guerrilheiros e da enorme fila que se formou pela população que viu um Che límpido e de olhos bem abertos, a semelhança de Jesus Cristo. "Algumas pessoas diziam que os olhos do Che as seguiam por onde caminhavam", lembra a vendedora de refrescos e lanches, instalada no centro da cidade. "Muitos aqui vêem o Che como um santo", diz o brasileiro Moisés, que vive em Vallegrande há dez anos, como missionário da Assembléia de Deus, e discorda da ideologia de Che, a princípio, pelo ateísmo do comandante.
Desde o final de semana, pelo menos sete mil pessoas, de diferentes idiomas e sotaques, participam em Vallegrande do II Encontro Mundial Che Guevara, no quadragésimo aniversário de sua morte, ocorrida no povoado de La Higuera, distante 60 quilômetros.
O encontro é organizado pela Fundação Che Guevara e pelo Ministério da Cultura da Bolívia, com apoio das embaixadas de Cuba e Venezuela. Os organizadores estimam que o número de participantes chegue a dez mil nesta segunda (8), quando haverá um ato político em Vallegrande, com a presença do presidente Evo Morales e da filha de Che, Aleida Guevara. Na terça-feira, ocorrerá um ato final em La Higuera.
Durante os dias do encontro, ocorrem mostras fotográficas, apresentações culturais e painéis, com as participações de sobreviventes da guerrilha empreendida na Bolívia, como Leonardo "Urbano" Tamayo.
Vallegrande está com seus hotéis e pousadas lotados, mas o evento ocorre sem maiores problemas, apesar da falta de infra-estrutura. O presidente da Fundação, Osvaldo Chato Peredo, vereador em Santa Cruz de la Sierra, acusa o prefeito local, Ignacio Moron, do partido Ação Democrática Nacional (ADN), de ser um "sabotador" do evento, fazendo cortes no abastecimento de água e luz e gerando dificuldades para os organizadores. Neste domingo, houve até rumores que um grupo de direitistas havia ocupado La Higuera, levando a polícia até o local. Mas tudo não passou de boato, de acordo com os organizadores.
A população aproveita o turismo gerado por Che Guevara para vender toda a sorte de artesanatos e alimentos, oferecer serviços de telefonia e Internet para os turistas e contar suas histórias e versões sobre o guerrilheiro que tornou a região conhecida em todo o mundo. Da parte dos organizadores, a segunda edição do encontro consolida um movimento internacional de mobilização e estudos em torno da vida e da prática política de Che Guevara, dez anos depois do primeiro encontro, realizado em um contexto político menos favorável. Em 2008, Cuba, Venezuela e Bolívia vão encabeçar novas homenagens, no ano em que Guevara completaria 80 anos.
"Che ainda é algo presente sempre, é algo vivoª, resume Chato Peredo, irmão de Inti e Coco, que lutaram ao lado de Guevara, e ele mesmo um ex-combatente, da segunda tentativa de guerrilha armada na Bolívia, já na década de 1970. "Sofremos uma derrota na época, mas agora voltamos de muitas maneiras, de muitos lugares, com muitas possibilidades", diz.
Fonte:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14660
Poema para o "Che.

Eu tive um irmão
Não nos vimos nunca
mas não importava.
Eu tive um irmão
que andava na selva
enquanto eu dormia.
O amei ao meu modo,
lhe tomei a voz
livre como a água,
caminhei às vezes
perto de sua sombra.
meu irmão desperto
enquanto eu dormia.
Meu irmão mostrando-me
por detrás da noite
a sua estrela eleita.
Júlio Cortázar
(Argentina)
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Cooperativas Autogestionárias
Cooperativas Autogestionárias são construções inteligentes, humanas e futuristas.
Fundam-se na radicalidade da igualdade, da participação e da autonomia. Este exercício combinado com um claro processo de educação livre e plenamente social, lança, dessa forma, o sentido, a forma e própria dinâmica da AUTOGESTÃO.
Bom documentário!
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Paulo Freire: Emoção, MST, autonomia e muita esperança
As palavras do mestre Paulo Freire são verdadeiramente emocionantes e profundas. Belas, intensas e infinitas no sonho de construir um mundo possível. VALE A PENA!!!
Ad mirare
Maurício Tragtenberg - Uma prática de participação: As coletivizações na Espanha (1936/1939). Participação e participações - Ensaios sobre Autogestão
E Então Que Quereis?...

abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
(1927)
domingo, 23 de setembro de 2007
Janis Joplin - Try (Woodstock - 1969)
Divina... Eternamente divina em voz, em vida, em sonhos e que encarnou todos os sonhos de uma geração e que até hoje, felizmente, se faz presente.
Janis Joplin, simplesmente, Janis Joplin!
Um dia!
Um dia, dois dias ou mais, não sei ao certo
Mas sei que nestes dias...
Um longo e imenso dia de luzes e clarezas irá acender
fundo nas almas humanas.
Será um dia como qualquer outro dia
Mas, de verdade, será tudo tão diferente que sequer será só mais um dia
E todos saberão que um novo sol despontará
nos incontidos juízos e caminhos humanos.
E veremos e teremos pão e mel
E todos, sob esta mesma luz...
Participarão da grande ceia da vida
E o homem será o seu sol alimentado por outros sóis...
e veremos, enfim, a eternidade que, como criança que faz arte, provoca nossa existência.
Ao homem, caberá tão somente...
...ser sol.
Salete Lemos... Uma brasileira de verdade!
Uma singela e necessária homenagem para a grande jornalista SALETE LEMOS por ter tido a coragem e dignidade de denunciar a imensa máfia dos bancos que controla o Brasil. Na seqüência, é claro, Salete fora demitida da TV Cultura (SP).
PS.: A TV Cultura é controlada pelo governo tucano de José Serra.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
The Doors - Light my fire
Uma época, um sonho, uma juventude...
...Um mundo a conquistar!
Eterno Jim Morrison!
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Alagados - Paralamas do Sucesso (1986)
" A arte de viver da fé, só não se sabe... Fé em que!?
Mais atual, impossível... Espero que gostem!
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Greve Geral de 1917
... Encontrei excelente documentário sobre a greve geral de 1917, ocorrida pela corajosa e impetuosa ação dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade de São Paulo. Esta greve foi forte e centralmente, influenciada pelo movimento anarquista de então.
Vale a pena assistir!
Acessem:
http://www.youtube.com/watch?v=E-NN1dIzAxM http://www.youtube.com/watch?v=RUUaEYZQGzY
Fonte:
http://sindeducacao-fosp-cob-ait.blogspot.com/
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
...A palavra escrita.
domingo, 9 de setembro de 2007
sábado, 1 de setembro de 2007
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
sábado, 25 de agosto de 2007
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Quem sorri!?

Quem sorri!?
Que tipo de gente pode achar graça e prazer nos tais rodeios?
Pode haver espetáculo mais aberrante?
Cristo... Onde está a beleza disso?
Que tipo de mente se vê feliz em uma situação em que seres humanos(?) se lançam a, violenta e absurdamente, torturar seres reconhecidamente dóceis?
Rodeio é um enorme erro. Trata-se de um invento estúpido saído de alguma mente evidentemente falida e insana e consiste em encerrar em uma espécie de arena, animais mansos, amigos e tenros, para serem submetidos a toda sorte de mal-trato por determinada espécie de homem.
Vejamos...
Um boi é um ser vivo, possui quatro patas e, chega a ser, irritantemente, manso. Em que pese o seu enorme corpo, é meigo. Ele, como eu ou você, chora, sorri, gosta de carinho, sente sono, cansaço, namora, brinca e têm parentes.
O boi é possuidor de uma mansidão tal que uma única criança de oito anos é capaz de tanger um rebanho inteiro. São, desde tempos pré-históricos, vegetarianos e são bem conhecidos por produzirem arrotos e flatulências.
Pois bem, estas criaturas são, antes de entrarem no inferno da arena, queimadas com iniciais de um alfabeto, talvez saído do inferno. São provocados à exaustão com choques e pancadas, para que possam, por fim, se tornarem "demônios raivosos", o que definitivamente, não são.
Amarrados violentamente, são jogados em gaiolas sob rodas, onde seguiram, sob sol, chuva e vento, por milhares de quilômetros.
Passam fome, sede e se cansam.
Lá chegando são, de novo, provocados para o "grande momento". Em cena, evitam quaisquer tipos de correrias ou confrontos, por isso sempre os vemos encostados nas cercas.
Ficam quietos, tristes e solitários, olham ao redor, querem apenas um pouco de paz. Mesmo "preparados" para o confronto, nada querem com o bicho-homem. Qual nada! Do outro lado, a patuléia urra insana por espetáculo.
O peão, pobre peão, um infeliz mal-pago por uma coisa humana chamada latifundiário, dá um rasante violento sobre o dorso do animal, fincando-lhe duras esporas nas virilhas.
Dor, dor, muita dor...
Como reação, é claro, o animal tenta se livrar daquele que o tortura, por isso os balanços, os pulos, os solavancos. Mas o povo quer mais! Vibra, grita, sorri e um outro miserável ao microfone grita: Seguraaaaa peão!
Como a crueldade humana não tem limites, tem-se, ainda, um relógio que conta o tempo da dor do animal. É assim: Quanto mais dor o peão conferir ao animal, mais pontinhos terá.
Não é lindo!???
Que beleza há nisso? Me digam... Que beleza pode existir em tal COISA?
O rodeio é, antes, uma negação da razão humana. É um demérito ao pensamento e as melhores criatividades do homem. É feio, mal, aviltante e desumanizador.
Curioso é o fato de rinhas de galo serem crimes e os malditos rodeios, não! Não consigo entender!?
Eu odeio rodeios e odeio mais os que o promovem. Suas caminhonetes, seus latifúndios, suas cercas e suas monoculturas feitas a partir de fundos públicos. Sua cultura plástica e descartável, seus diálogos hierarquizantes e monotemáticos.Seu ridículo requinte faz agonizar a paciência do mais santo dos homens. Definitivamente, vomito em seus deuses (o capital e a exploração).
Odeio seus "cantores sertanejos" que entoam suas miseráveis lamúrias de morte, buscando associar a fecunda e misteriosa vida animal advinda do campo com pseudo e fugidias sentimentalidades do tempo presente. Odeio!
De novo, odeio os que promovem estes encontros de morte.
Detesto também os que lá se fazem presentes. São feios, mal-educados, falam mal e jamais leram um único livro na vida. Destroem a vasta e poética língua de Camões, desconhecem direitos humanos e direito dos animais lhes é algo inimaginável. Possuem sotaques carregados, grosseiros e bairristas. Vestem-se mal, são espalhafatosos e cronicamente desinteressantes. São, em geral, extremamente reacionários, preconceituosos, machistas, atrasados e homofóbicos. Representam, por fim, o que existe de pior na, já atrasada, sociedade brasileira.
Finalmente e, lamentável, toda esta gente, representa como classe, a mesma simbologia ética e moral que, um dia, alimentou e deu vida para um monstro saído da mais fétida e abissal lama, e que se chama... nazismo.
Eu odeio rodeios.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Ser Gobernado Significa...
ES, CON EL PRETEXTO DEL INTERÉS GENERAL, SER ABRUMADO, DISCIPLINADO, PUESTO EN RESCATE, EXPLOTADO, MONOPOLIZADO, EXTORSIONADO, OPRIMIDO, FALSEADO Y DESVALIJADO, PARA SER LUEGO, AL MENOR MOVIMIENTO DE RESISTENCIA, A LA MENOR PALABRA DE PROTESTA: REPRIMIDO, MULTADO, OBJETO DE ABUSOS, HOSTIGADO, SEGUIDO, INTIMIDADO A VOCES, GOLPEADO, DESARMADO, ESTRANGULADO POR EL GARROTE, ENCARCELADO, FUSILADO, JUZGADO, CONDENADO, DEPORTADO, FLAGELADO, VENDIDO, TRAICIONADO Y POR ULTIMO, SOMETIDO A ESCARNIO, RIDICULIZADO, INSULTADO Y DESHONRADO.
ESTE ES EL GOBIERNO, ESTA LA JUSTICIA, ESTA ES LA MORALIDAD!!!
Los ilegales!
El verdadero revolucionario es un ilegal por excelencia.
El hombre que ajusta sus actos a la ley podrá ser, a lo sumo, un buen animal domesticado; pero no un revolucionario.
La ley conserva, la revolución renueva. por lo mismo, si hay que renovar hay que comenzar por romper la ley.
Pretender que la revolución sea hecha dentro de la ley, es una locura, es un contrasentido. La ley es yugo, y el que quiera librarse del yugo tiene que quebrarlo.
El que predica a los trabajadores que dentro de la ley puede obtenerse la emancipación del proletariado, es un embaucador, porque la ley ordena que no arranquemos de las manos del rico la riqueza que nos ha robado, y la expropiación de la riqueza para beneficio de todos es la condición sin la cual no puede conquistarse la emancipación humana.
La ley es un freno, y con frenos no se puede llegar a la libertad.
La ley castra, y los castrados no pueden aspirar a ser hombres.
Las libertades conquistadas por la especie humana son la obra de los ilegales. tenemos que salirnos del camino trillado de los convencionalismo y abrir nuevas vías.
Rebeldía y legalidad son términos que andan a la greña.
Queden, pues, la ley y el orden para los conservadores y los farsantes.
Ricardo Flores Magón
Regeneración, 1910
Em tempo...

Não deixem de ver Fahrenheit 9/11.
À propósito, visitem o blog de Michael Moore: http://www.consciencia.net/opiniao/michael-moore.html
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
O CANSEI das elites brasileiras
Decerto que ainda temos muitos problemas para resolver,
principalmente uma gigantesca dívida social a ser "paga",
mas esses indivíduos que agora se dizem "cansados" e
"indignados" não são exatamente as pessoas
mais apropriadas para reclamar – afinal,
elas nunca estiveram do lado das
lutas dos trabalhadores e são, quando não responsáveis,
cúmplices históricos desse estado de coisas que aí está.
Cá para nós: é muita cara-de-pau, isso sim!
Portanto, não se pode perder o foco ou o "esquadro" da questão.
Quem se diz "cansado" e "indignado" é aquela
pequena burguesia e/ou a classe média arrivista e rastaqüera
de sempre.
Aquela gente, felizmente uma minoria desprezível
(desprezível em todos os sentidos), que há séculos
vem pilhando esse país – na verdade,
os herdeiros da mentalidade perniciosa da monarquia e do
escravismo.
Gente desprovida do espírito republicano. O
s mesmos que desde sempre molham a mão
de servidores públicos para obter vantagens nos seus
pequenos negócios, sonegam impostos,
tomam dinheiro emprestado nos bancos
oficiais e não pagam nunca, "socializando"
assim os prejuízos causados por seus
negócios ruinosos e porcamente planejados – e agora têm a
desfaçatez de reclamar da carga tributária e da corrupção!
São indivíduos que recebem mensalmente
rendimentos milionários, na casa
das centenas de milhares de reais,
e estão se lixando para o salário
mínimo e miserável dos trabalhadores.
São da "turma da bufunfa" – como
diz meu colega Paulo Nogueira Batista Jr.
É gente, verdade seja dita, da pior espécie.
A despeito dessa gente desprezível, seguimos impolutos,
sem direito a frivolidade e ao "cansaço",
mas com a legítima e necessária indignação,
nessa luta diária pela transformação desse país tão
desigual numa grande nação, muito mais justa e igualitária.
Muito mais justa e igualitária."
Lula Miranda é economista, cronista e secretário de Formação e
Cidadania do Seel (Sindicato dos Trabalhadores em Editoras
de Livros de São Paulo)