sexta-feira, 25 de setembro de 2009


For the sea... For the world... For the infinity.
Portugal, land mother.
PARA MARIA. By Mafalda Arnauth

Maracá Curumim

domingo, 20 de setembro de 2009

BORDANA. Uma experiência em economia social


Mr. Wanderley Azevedo and women of our comunity


Womens working and learning!


This is a experiency of social economy in Goiânia - Central Region of Brazil
Produção das Bordadeiras

Momento de Confraternização

Momento de Confraternização

Momento de Confraternização

Bordadeira

Bordana. Economia Solidária pra valer em Goiânia

Sra Divina/Mrs. Divina

Bordado


Bordadeira

Grupo de Bordadeiras

Bordana




segunda-feira, 31 de agosto de 2009


Amigos e amigas... Estamos lançando pela Comissão de Economia Solidária (CES) do Conselho Regional de Economia (Corecon/GO), a Revista científica JOÃO-DE-BARRO. Esta revista irá tratar de temas como DESENVOLVIMENTO, SUSTENTABILIDADE, ECONOMIA SOLIDÁRIA, AUTOGESTÃO, CULTURAS DO TRABALHO e temas afins.
Informamos ainda que estamos recebendo artigos e resenhas para a revista.
Sobre dúvidas e informações: revistajoaodebarro@gmail.com

... Economia como expressão de justiça

Foi lançada em 27 de agosto, 5a. feira, a Comissão de Economia Solidária (CES) do Conselho Regional de Economia (Corecon/Goiás), 18a. Região. Tivemos, na oportunidade, uma luminar palestra de Maurício Sardá (SENAES/MTES) que estabeleceu importante diálogo acerca de novas possibilidades de desenvolvimento.
A Comissão de Economia Solidária é um espaço de comprometimento. Estamos imbuidos na tarefa histórica e superior de construir uma nova economia. Uma economia mais justa, humana e transformadora.
É o nosso inarredável ideal.
Saúde para todos.

Ângelo Cavalcante

sábado, 29 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DEMOCRACIA ECONÔMICA

Curso: DEMOCRACIA ECONÔMICA com Ladislau Dowbor (PUC/SP).

29 e 30 de outubro de 2009.
Auditório da CUT/GOIÁS

Informações: Ângelo Cavalcante
angelocavalcante@yahoo.com.br
55 62 3225 6645
55 62 9911 2880

Arte Animal








sábado, 1 de agosto de 2009

Ilha Bela

De Jacques Rancière


Provas técnicas de uma "revolução cultural" para anular a hierarquia entre professores e alunos. Uma provocação que atravessa os muros das universidades, envolve os lugares da produção e tira de cena a paixão pela desigualdade que domina a vida nas sociedades contemporâneas.

Páginas que merecem ser lidas mais vezes para se compreender o porte da "revolução cultural" proposta por Jacques Rancière, porque supera os limites dentro do quais o seu autor queria constrangê-la.

A reportagem é de Benedetto Vecchi, publicada no jornal Il Manifesto, 21-07-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No livro "O mestre ignorante" (Editora Autêntica, 2002), o filósofo francês aponta o dedo contra a "paixão pela desigualdade" que domina a cena política nos países capitalistas, oferecendo ao mesmo tempo uma mudança radical de roteiro, em que os papéis da divisão social do trabalho são simplesmente anulados.

A cena da qual Rancière parte é uma sala escolar, onde a figura do professor perde a aura do depositário do saber e – o que é mais importante – do poder único de indicar o caminho para acessá-lo. Um mestre que se considera único possuidor do conhecimento ajuda a perpetuar a "paixão da desigualdade" e a dividir a sociedade em sábios e ignorantes, em meritórios e "inúteis". E, visto que no capitalismo a unidade de medida da inteligência é dada pela posição ocupada na hierarquia social, o ensino é parte integrante da divisão da sociedade em classes.

Uma tese em que são fortes os ecos da crítica à escola de classes de 1968, mas Rancière parte habilmente de uma experiência amadurecida nos anos da derrota da Revolução Francesa e da restauração para estender o fio condutor da igualdade que une a tomada da Bastilha, o nascimento, o eclipse político do movimento operário e as teorias radicais do início do milênio.

A tríade liberdade, igualdade e fraternidade que servem de moldura para as discussões nos clubes republicanos e na assembléia nacional francesa, nas sedes operárias ou nas barricadas do quarteirão Latino sempre tiveram como fundo o acesso ao conhecimento, porque é por meio da cultura que os homens e as mulheres podem transformar os ideais republicanos ou de igualdade em normas que regulam o processo de transformação da sociedade.

De Paris a Louvain

É esse primado do ensino na formação de uma subjetividade política assinalado por Rancière que fornece ao pensamento crítico elementos importantes na crítica contemporânea ao "progressismo" de quem quer educar o povo para a liberdade e para o pensamento conservador, que considera a desigualdade como um fator congênito à natureza humana. Mas também porque o texto do filósofo francês fornece instrumentos sofisticados para a crítica da produção capitalista do saber e do conhecimento.

Nessa realidade em que a universidade funciona segundo uma lógica capitalista, a partilha do saber e o cancelamento da distância entre professores e alunos devem ser consideradas certamente como variações sobre o tema da crítica à mercantilização da cultura, mas também como o terreno da crítica à produção de mercadorias justamente pela centralidade do saber na sociedade do capital.

Um protagonista indiscutível do livro é Joseph Jacotot, republicano que foi obrigado pela restauração ao exílio nos Países Baixos, onde chegará a ser cátedra na Universidade de Louvain. Não sabia a língua e teve que aprendê-la rapidamente. Para fazer isso, leu um livro em francês que tinha uma tradução na língua do país hóspede ao lado e tentou aplicar com os estudantes o método usado por ele mesmo. É o primeiro passo para focar a figura do "mestre ignorante", que aceita o desafio de subverter a hierarquia tradicional entre o sábio e o ignorante.

O mestre, para Jacotot, é, além disso, aquele que abole a distância entre aprender e compreender. Mas nesse cancelamento da distância, é preciso agir às apalpadelas, "observando, recordando, repetindo, fazendo e verificando e refletindo" sobre o que, até agora, foi feito. Um método que o republicano derrotado mas não resignado chama de "método do acaso", em que não há a necessidade de nenhum mestre, só uma forte vontade e convicção da igualdade de todos os homens e mulheres.

O bom professor é, portanto, aquele ou aquela que tem como objetivo não tanto transmitir aos alunos aquilo que estes ignoram, mas fornecer a chave de acesso à sua emancipação, obrigando-os a usar a sua inteligência, que é igual em todos os humanos, mesmo que desigual nas suas manifestações.

O bom mestre é quem interroga e verifica com atenção a manifestação da inteligência, porque é preciso inverter o lema cartesiano "penso, logo existo" para "eu sou homem e por isso existo". Todos, assim, são capazes de pensar. O acesso ao saber e ao conhecimento é um ato de emancipação, não porque há uma figura institucional que a legitima, porque expressa uma vontade de tomar a palavra para afirmar a própria liberdade e a própria singularidade dada pela "desigualdade nas manifestações" da inteligência, igual em todos os homens e mulheres.

Pedagogia da libertação

O texto de Jacques Rancière foi escrito na segunda metade dos anos 80, isto é, no azimute da contrarrevolução neoliberal. Por isso, está marcado pela necessidade política de fazer frente à derrota dos movimentos sociais radicais e de inovar o pensamento crítico.

A escolha de propor uma espécie de "pedagogia da libertação" é, assim, a passagem obrigatória para colocar as bases de uma crítica radical renovada da já existente. O mestre ignorante tem, porém, um objetivo duplo, porque 1968 não colocou sob acusação as hierarquias de classe do capitalismo, nem a pretensão do movimento operário de educar para a igualdade.

O mérito do livro não está só nessa "revelação" da comum "paixão da desigualdade" que congrega "progressistas" e "conservadores", mas sim em fornecer indicações preciosas sobre como afirmar a "igualdade das inteligências" em um capitalismo que fez do saber a matéria-prima da produção.

O "método do acaso", justamente por ser parte do pressuposto de que todos podem pensar, é assim uma arma política para denunciar o uso capitalista do conhecimento e para romper o encanto que regula a vida nos atuais laboratórios da produção.

Rancière defende que, se todos podem pensar e aprender, todos podem também organizar a produção sem a figura "parasitária" do empresário. Ao mesmo tempo, na fábrica do saber, a autoformação não é só exercício de liberdade, mas também afirmação de um processo de partilha do saber. De fato, é realista afirmar que todas as experiências que menosprezam as tradições hierárquicas, estimulando a cooperação social, apresentam politicamente a crítica da "paixão da desigualdade" e, ao mesmo tempo, a possibilidade de um modo diferente de organizar a produção da riqueza.

Em testemunho disso, são citadas a produção "open source" ou livre do software, mas também a livre circulação da ciência, mas só se a autoformação e a auto-organização não são relegadas a um pretexto para se eximir da "fadiga" do aprendizado e a experimentações de relações sociais baseadas na "igualdade das inteligências".

O roteiro e o cenário propostos por Rancière devem incluir, assim, além das salas universitárias, todos os lugares onde há produção de mercadorias. Só assim o mestre ignorante e o seu "método do acaso" mantêm a sua força política, para deixar para trás a dissimulação da ação política que o republicano Joseph Jacotot havia construído em torno à sua experiência de leitor de francês em Louvain.